sexta-feira, 16 de abril de 2010

- Ensaio de uma despedida -
































Sinto cordas enlaçando em meu pescoço, roubando – me o ar, ar pesado, nuvens carregadas de melancolia, trovoadas e tempestades de lágrimas, choro, soluços. Esse é o mundo que visto do espaço é belo, gracioso, sorridente para o sol.




As ondas remexem e misturam tudo num vai e vem, o estômago enjoa, um falso enjôo uma falsa ânsia. Muitas coisas são atiradas numa caixa de papelão, ela enche, satura, estoura dos lados ou o fundo se abre despejando tudo e inutilizando a caixa.



A correria, muitas corridas, muitas maratonas, duas pernas, fortes por sinal, mas até as rochas mais duras racham. Sinto chover. É! hoje está chovendo, o horizonte hoje é cinza, a luz também é cinza.



Vejo uma mulher caminhando bem longe, não consigo ver seu rosto, um capuz o esconde, vem devagar, na velocidade do pavor, vem ceifando as plantações.



Minha vida vai morrer.....



Aqui é muito alto, os deuses escutam com mais facilidade quando estamos no alto, nossos anseios, nossos desejos, nossos desesperos.



Ela está cada vez mais perto....



Ouço um assobio, é um amigo que se aproxima assobiando uma canção que me causa estranheza e traz diante de mim um oceano, as ondas vêm e vão trazendo tempestades. Não sei o que se aproxima, mas sinto uma inquietação...............



E se eu não voltar.....



Diga a todos que amo a todos.......................

Nenhum comentário:

Postar um comentário