sábado, 22 de setembro de 2012

- Metamorfose do Herói -




Há muito houve um artista, porém este não era suficientemente forte e morreu, porém, antes de morrer fez um testamento com seu dom para que pudesse herdar de si mesmo suas habilidades. Tornou-se então um guerreiro, muitas lutas, muitas derrotas, mas é por meio de pancadas que o mármore ganha forma. Porém o guerreio nunca se torna pronto e por pequenos feitos é aclamado herói. Mas dura pouco, a fama não é a mesma quanto à do artista. O herói salva, resgata, porém seu futuro é o martírio.
É esse então o caminho de nossas metamorfoses? Não mesmo! Há outro passo, secreto, que a história nunca conta. O motivo? Disso não entendo. O mártir chama a atenção, com ele o mundo muda de nome, o comércio também. Lutar e morrer por um mundo melhor. É esta a fatalidade do herói? Qual a alternativa? Tudo bem, respondo-vos ó aprendizes de guerreiros e artesãos, o herói deve ser herói de si e para si. Mais um “porém”, há, nessa virada, um enorme risco de abismo, há, nessa virada, o perigo de cair no egoísmo e se esquecer do resto do mundo. Portanto, não temas em salvar-se, mas lembra-te de ensinar aos outros a importância de, a cada dia, salvar suas vidas fazendo cada segundo o mais precioso possível.

- Vontade de alma -




Durante muito tempo permaneci sentado nessa pedra, daqui assistia muitas vidas passarem e serem vividas ao máximo que lhes fosse possível. Confesso que estou cansado e meu único descanso agora chama-se movimento. Minha alma move-se por si mesmo arrastando meu corpo, pernas que antes não respondiam são arrastadas por uma vontade de alma. Estou um pouco enferrujado, mas com um tempo minha coluna não mais manifestará dor e suas rachaduras serão seladas com concreto.
Levantei da pedra com o corpo arrastado pela minha alma. As nuvens de tempestade que faziam trevas no céu modificaram-se em formato de redemoinho e, do seu interior, vi uma imensa claridade. Energia, energia vital ou energia destrutiva do raio? O único caminho para a verdade é a dúvida e a verificação. Do centro do redemoinho de nuvens um raio cortou o horizonte e dividiu o mundo em dois por um instante.
Meu braço, então, serviu de para-raios por um momento! É tudo o que tenho e todo o possível deve ser feito nesse instante, pois o raio em minhas mãos condensa tudo o que existe, nada há frente, nada há atrás. Vida é luta, golpeei então o ar e do raio surgiram pontos de possíveis e absolutos agoras. Estiquei a ponta do dedo e fiz uma escolha e tudo se tornou caminho.