quarta-feira, 28 de abril de 2010

- Construção e Reconstrução Perpétuas, O Destino. -


Levantei-me com a imagem da moça me chamando, talvez eu tenha que partir e deixar essas pessoas com as quais lutei ao lado. Retornei para a cidade, estava disposto a ir embora, algo me chama a sair e encontrar aquela pessoa que vi em meu sonho, não sei para onde ir, mas sei que devo partir.
Chegando a cidade dirigi-me à governanta da cidade:
(AM) – vou partir, sinto que devo ir embora e deixar a cidade.
(G) – você fala de sentimentos, seriam eles maiores que o seu juramento feito perante a mim e a esse povo?
(AM) – sei que as palavras de um homem são como suas assinaturas no vento, e ao chegar aos ouvidos, os pactos e acordos são firmados.
(G) – que está acontecendo com você? Você, guerreiro voador e criador de vendavais, jurou proteger esse povo, só sobrevivemos aos ataques por sua ajuda. Esqueceu também que fomos nós que o encontramos agonizando na floresta e cuidamos de você? Onde está a tua gratidão e compromisso?
(AM) – sei de meu juramento, mas naquele momento eu era outro diferente de mim agora, “o mesmo homem não entra duas vezes no mesmo rio” (Heráclito), lembra dos ensinamentos que me proporcionou? De seguir para onde o fluxo do sangue bombeado pelo meu coração me levar e me mandar seguir? Aprendi muitas coisas, sei que só posso falar do agora, pois amanhã já não serei mais o mesmo.
(G) – vá, encontre o que procura, se é que encontrará algo distinto da morte, assim torço.
Falou ela com um sorriso irônico no rosto e chamando-me de traidor pelos olhos. Então virei as costas e parti, mas estava me sentido triste, pois aquelas pessoas me adotaram e me amaram, e eu disse que as protegeriam, mas decidi ir embora, aquela que nasceu do círculo de luz chama por mim, devo encontrá – la.
A dor nos ensina, e hoje me ensinou que o homem, que reconhece o devir em seu ser, em sua entidade, não deve fazer acordos, mas re-assumir a cada dia sua posição diante do sol.

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