quinta-feira, 29 de julho de 2010

- Noite! -


É na noite que posso renascer
Quando escurece coméço a viver.
Enquanto o mundo inteiro sorri, lamento pela minha vida que sinto escorrer pelas areias do tempo. Areias levadas e espalhadas ventania a fóra. Migalhas de areias que formam um deserto imenso em que me perco inundado em lágrimas.
O menino havia derrotado o homem e o leão, e durante muito tempo reinou sozinho no deserto. O vento passava, sempre seco, sempre quente. Núvem e inferno não fazem diferença. Algo devora o coração gelado, o leão devora o corpo por dentro. De cada gota de sangue brota um milímetro de tamanho.
“Desvenda-me se for capaz”, assim diz o leão aos quatro cantos do deserto. Amantes de enigmas e aventuras foram ver tal leão. “Criatura selvagem, não há segredos na selvageria.” Assim aproximavam-se ébrios de dógmas e com sua miopia olhavam para o leão. Era dia e havia sol, nesse momento qualquer um enxerga o que deseja ver, mas na escuridão das trevas, os que não abrem os olhos se perdem.
É na noite que posso renascer e ser
No dia sou, e vocês também são, representações.

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