segunda-feira, 18 de outubro de 2010

- Não Permanência -


Eu parti com os pés sangrando e o coração em retalhos assim como aquele que me lembrou de quem eu sou.


Eu parti aos tropeços, caindo às vezes e ferindo minhas mãos, mas delas a vida nunca me escapou.

A mulher eterna na rosa que exibia o coração escondia algo em seu olhar. Olhei fundo em seus olhos, havia um buraco, tão negro, tão obscuro, tão profundo e sem fundo que tragava para dentro de si todo o brilho existente no olhar.

Olhava ela atentamente seu coração, tão puro, tão perfeito e bonito. Por um momento perdeu-se em seus pensamentos, seus olhos pararam de piscar por um momento e, quando retornaram a piscar, trouxeram consigo gotas de lágrimas.

Punhal cravado no coração abrindo um rastro de sangue que escorre, logo logo tornar-se-á uma cicatriz de comprimento semelhante a uma estrada. A flor lentamente desaparecerá e pés e pernas surgirão. Coração bate, sangra, bombeia vida para o resto do corpo.

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