domingo, 12 de setembro de 2010

- Como escrever poesia -

Poesia não se constrói com palavras


Não se apreende e nem entende o dito.

Poesia vem, não a pegamos, ela nos pega...

E na surpresa nos surpreende com o nosso comum floreado.



Não questionamos, mas perseguimos o mistério

Não quero saber, quero percorrer.

Ela vem e nos arrebata, com grafite balbuciamos coisas que deixam rastros como cavalos selvagens correndo num campo aberto, sobem montanhas, passam por túneis, atravessam correntezas. Mas todos esses elementos são construídos pelos passos da cavalgada.



Ela vem e nos arrebata, a voz ecoa do oco de onde não há pensamentos.

Pensamento, matador do poema, cria labirintos e, se ela chegar, não mais terá pureza em seu aspecto.

Ela vem e nos arrebata, deve correr como um trem num túnel e, ao fim do túnel, se mostrar por inteira e a nós, com simples olhos mortais, ver e rabiscar algumas expressões sonoras em uma folha de papel.



Ela vem e nos arrebata, eleva as alturas da profundidade do que traz, meu corpo se debate, rodopia, faz poesia com braços e pernas, caneta, massa de modelar, lápis de cor. Sou intermediário arrebatado e inteiramente integrado, me desfaço e me faço, não sou eu, sou em mim para fora de mim.

Discurso da alma............ .


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