domingo, 8 de agosto de 2010

- Aquele que caiu -


A cruz desembainhada corta as asas daqueles que querem voar. O sangue misturado às nuvens faz chover, água envenenada de sonhos assassinados, brota então ervas com espinhos em que os pés do caminhante são perfurados. “Não quero ser o super homem” diz ele, “apenas eu mesmo”.
Crueldade disfarçada em santidade
Controle disfarçado de palavras celestes
O sangue que se toma no cálice foi derramado por um inocente.
O herói luta e sacrifica seu nome imortal para que o mortal veja a luz.
Pensei em várias coisas para escrever em meus cadernos....
Porém, esqueci de todas elas.
A riqueza humana, a batalha pelo respirar. Quão difícil é respirar! Ninguém lembra de perceber.
Aqui dessa montanha o céu se faz escuro e posso tocar a terra, beber a água, fluxo vital de toda humanidade, nascido da terra.
Posso soprar uma pluma das asas dilaceradas daquele que vi cair do céu, ela é levada pelo vento aos quatro cantos da terra.
“Não quero ser o super-homem, apenas eu mesmo.”
“Você viu ele cair, você que tem os pés feridos, e fechou os olhos.”
“Fere então a humanidade.”
Em meio à dor do caminho repleto de espinhos vejo a realidade daquele que caiu.
Coragem!

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