sábado, 22 de abril de 2017

- Da crença saudável -



Tudo o que faço por agora é sempre crendo que serei para o adiante. Não vivemos nunca cada instante como se fosse o último, sempre vivemos para a espera, pois acreditamos na construção diária e que tudo se soma, dia após dia. A crença de que os dias se seguem e, com eles, nós ad infinitun. Tentei agarrar aquilo que devém, mas o mundo se dissolveu e o homem, que acreditava-se salvar o mundo e deixar um legado para a humanidade quando consumasse sua vida reunindo, em um cortar do céu por um raio, todas as coisas e tijolos para o que adviria em seu "evangelho", dissolveu-se com o mundo que construiu em sua fé. Vivemos, não como se o dia de hoje fosse o último, mas sim pela fé na nossa imortalidade carnal... que é finita e, quando jovem, beira e beija mais proximamente a imortalidade.
Acredito que salvarei o mundo para algumas pessoas... mas meu esclarecimento diz que minha fé é apenas sangue para minhas pernas. Peregrinar é o que dá sentido à vida que é possibilidade de dissolução.

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