segunda-feira, 22 de novembro de 2010

- Canção de silêncio -


A noite ainda entoava cantos de silêncio, a ausência de sons nos permite escutar a voz dos nossos pensamentos e os gritos de nossa alma. Assim permanecia o Cavaleiro Negro contemplando o céu que para ele voltara a ter estrelas desde o dia em que conhecera Jolie.


Sua alma era vácuo, silêncio, calmaria, mas, do vácuo surgiam mundos de sentimentos que afloravam, que emergiam, tudo era novo para ele, não sabia lidar com tais coisas, não reconhecia a si mesmo. Não conseguia ver além do breu de sua alma, escondia-se de seus próprios olhos. Mas, por quê? O mistério é sua essência, mas, com esse mundo novo que via brotar do seu íntimo, sentiu esperança em ver a si mesmo brotar de sua alma.

Mas, a noite ainda entoava cantos de silêncio, permanecia pura, sem o sol para profaná-la. Nessa ausência de tudo temos a nós mesmos. Lembrava-se de Jolie, tão frágil sendo carregada em seus braços, aquele rostinho desacordado. Lembrava-se do momento em que a pôs na cama e sentiu vontade de velar pelo sono dela, mas tinha que ir, sabia que não podia ficar, não queria ele ter fama de aproveitador. E também a senhorita Weltem o aguardava para saírem dos aposentos. “Mas, se pudesse, pensou ele no silêncio noturno, ficaria lá”, “mas.... se ela me pedisse.... ficaria ali.... somente ali..... velando pelo teu sono, pelo teu descanso, socorrendo-a de seus pesadelos”.

Estava ali, naquela noite, tinha somente a si mesmo, sentia frio, sua alma, até aquele momento era fria, mas passou a gerar calor e por isso sentia a frieza da noite. Pensou no que acontecera enquanto a noite ainda permanecia pura. Quando o sol nasceu, partiu para a floresta para alimentar seu espírito.

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