domingo, 20 de junho de 2010

- Solidão -


Vi uma lembrança escorrer de seus olhos, no peito o coração está sempre em martírio lançando-se nas paredes do tempo. Moro aqui dentro, adormeço e sonho aqui dentro. Um homem acabou de cair planando no vento frio do inverno, rompeu com o galho que o pendia na árvore. Cai a folha sem ver as flores tornarem-se frutos. Apodrecem os frutos sem ver suas sementes se romperem, e a semente nunca irá ver a árvore que se tornou.
Os olhos se fecham e se enganam, o grande pensa ser pequeno, o pequeno não se assume, por isso morre a cada instante em que vive. Vi uma lembrança escorrer de seus olhos. O mar feito de lembranças nunca trouxe o navio que você espera para ancorar em sua costa, as ondas levam e trazem, mas sempre por você levaram embora. Um avião passa por entre as nuvens, a ilha permanece sozinha no mar, deseja que o avião caia em sua terra, sua tão solitária terra.
Vi uma lembrança escorrer de seus olhos. Você caminhava segurando um sonho nas mãos, a estação, o trem, tudo chega quando não quer que chegue, nada chega quando se quer ver chegar.
Vi uma estrela cair do céu.
Vi a lua cair no mar.
Vi o sol morrer no fim do meu horizonte e renascer por traz dos meus ombros.
Vi você caminhar, vi sua lembrança escorrer de seus olhos, vi você segurar seu sonho entre as mãos.
Vi você abrir a porta da sua casa, entrar, trancar e adormecer.
Abençoado seja!!!!

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