quinta-feira, 20 de março de 2014

- Pedras e Poemas -



Uma pedra caída no chão mentém ao seu redor diversos poemas formados por elementos exalados em sua queda, a isso chamamos criatividade e originalidade. Porém, após certo tempo, os poemas circundantes se tornam tão repletos dos mesmos elementos, tão originais, que espelham-se entre si mesmos confundindo-se e confundindo o público que, entediado, vai embora buscando outras pedras.
Pobre pedra, ainda  não sabe que, para continuar a brilhar como estrela, necessita se atirar em outras terras e variar suas rachaduras, pois assim seus poemas se enriquecerão com novos elementos, tão diversos e nem por isso menos originais e criativos.
Chamemos isso então, a superação e inovação da arte. A pedra se quebra, se racha, se solidifica ou vira areia, não importa, virando ou não cacos de vidro coloridos, o que sair sobrevivido e vivo não está para além em alma alguma, mas sim no casulo que se rompe brotando asas regadas pelo sol. Pedras voando como borboletas, caindo, ficando e partindo de novas e velhas terras, assim o artista se renova, e isso, jamais, será perder a originalidade.

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