sexta-feira, 16 de abril de 2010
- Reflexos de vida -
Demônios......
Homens que se tornam anjos e decaem de seus paraísos.......
Anjos.......
Homens que voam em seus sonhos e criam paraísos terríveis............
Todos os dias, na mesma praça, um velho sempre permanece sentado a contemplar com seus vazios olhos a paisagem ilustrada por diversos elementos naturais. Seus olhos vazios encharcam e se embebedam das cores vivas que alimentam seus olhos mortos.
Uma folha cai diante dos pés daquele que das cores é contemplador, seu rastro no ar em queda livre traça uma linha horizontal invisível, linha de tecido, tecer a vida, que como numa queda, o espaço anterior apenas é o que vem antes, porém na realidade não vêm, ficou e se apagou. A folha toca ao chão, o impacto a machuca, mas nada sente, as folhas mortas nada sentem, nada percebem, apenas decaem do topo da árvore ao mais frio chão de pedra da praça.
Olhos vazios.....
Olhos vazios do velho.....
Sugadores de alma.... predadores de espíritos...... da beleza da natureza refletida numa lente.....
O que tem por trás desses olhos? Olhos, janelas da alma!!!! Assim dizem os orientais. Se há uma janela, há um outro lado, se estamos num quarto, olhamos o horizonte, as margens de um mundo vivo. Um pulo, um salto, saltar para dentro do horizonte interno do homem, expansivo, almífero, olhar para o que a janela faz fronteira.
Escuro...... cautela...... tenho medo do escuro.............
Frio no estômago.............. túnel escuro.......... luz no final...........
Pessoas correndo num mar agitado.... chuva molhando nossas vidas, brotando sementes........... fogo, vulcão destruidor............ fortalezas de rochas. . . . .
Solidão no horizonte por trás da janela........ a alma do velho, alma cansada. Alma que não mais quer ser alma.... alma cheia de tanto vazio, alma devoradora de reflexos, de ilusões.
O velho se levanta ao anoitecer, retorna à sua casa, dorme, em sono voa com suas asas, decai, lembra-se de que sonho é apenas desejos realizados, corta suas asas com um punhal, decai, acorda, caminha e senta no banco da praça alimentando sua alma com os reflexos da vida.
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