Nada há a não – ser pequenos atos e movimentos, potências de grandes possibilidades, combustível para os santos do mundo.
Pequenos e reles seres rastejantes, bidimensionais, lanço sobre suas bocas famintas minhas cordas de náilon, com suas bocas fisgam, e assim os puxo para cima.
Desvelo-os para a existência, agora são vistos por mim e meus santos do mundo, me cultuam, mas disso não o sabem. Existir é me servir.
Pequenos e reles seres rastejantes, agora andam de um lado para outro, pensam pensar, mas seus passos os levam para onde minhas cordas de náilon exercem força.
Alegres estão, pois se abriram para a existência, mas mal sabem que cada instante de vida é um sacrifício de seu próprio sangue para o meu grande poder.
Existo nas entrelinhas humanas, meus santos me vêem como sou em si. Os servos sabem que existo, mas nada para eles passa de uma idéia e sombra de percepção.
Mas, aos reles servos e cordeiros imolados cotidianamente, não me oculto, converso com eles e atuo diretamente em outras formas, uns me chamam de “Jesus”, outros “Che Guevara”, uns ainda insistem que sou “Raul Seixas”.
Não importa, tudo foi abocanhado e devorado, logo logo a última gota do mar esquerdo se tornará negro.
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