sábado, 25 de setembro de 2010

- - Há “dez mil anos atrás” -


“Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada


Com uma cuia de esmola e uma viola na mão

Havia muita gente ali parada para ouvir, eu então também parei. Ele agradeceu as moedas

E cantou uma música, que contava uma história

Que era mais ou menos assim...”

“Eu nasci há dez mil anos atras...”

Enquanto eu escutava aquela música, meus olhos correram por todos os rostos que se prestavam a contemplar tal arte. Todas as pessoas ouviam e gostavam. O velhinho realmente era talentoso. Mas, dois caras me chamaram a atenção, ambos usavam cafanhaque e óculos escuro. A música parecia falar diretamente à alma deles.

Terminada a música, esses caras subiram em uma moto, planejavam sair pelo mundo e fundar algo que chamaram de “sociedade alternativa”. Mas nada disso me importa, o que importava era o velho, falou de tantas coisas apaixonadamente, como alguém que sente saudade, que parecia realmente ter feito todas aquelas coisas e ter, realmente, dez mil anos de idade.

“Mas tudo isso é besteira....” Pensei em vóz alta.

“Viver não é besteira....” escutei uma vóz cair sobre meus ouvidos.

Virei os olhos para tras, o velho se aproximou, tocou em meu ombro e disse:

“A vida é um instante de raio na imensidão do céu e sua origem está nas grandes tempestades”

Dita estas palavras, desapareceu e continuou a caminhar pelas ruas da vida com sua cuia de esmolas e sua viola na mão, mudando o distino de todos os que escutam suas palavras atravéz de sua canção.

Anos mais tarde ouvi falar algo de uma “sociedade alternativa”, porém seus idealizadores não obtiveram muito sucesso com essa ideia....

Mas, com outras ideias, ganharam o mundo....

E suas palavras ganharam meus olhos e ouvidos.



(inspirado na música “eu nasci há dez mil anos atrás” de Raul Seixas e Paulo Coelho)

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