Já estou familiarizado com esta febre, com este frio na barriga que gela minha alma, com a água inundando toda a cidade... Não sei fazer as coisas pelas metades, para mim, tudo o que faço, o faço verdadeiramente, intensamente.
Tudo o que escolho é como se fosse de uma vez para sempre, mesmo o para sempre sempre acabando e me devastando, e é este meu drama. A onda vem e vai e depois retorna, destruindo o castelo de areia que sempre sonho ser de concreto e aço.
O melhor lugar do mundo é e sempre será ao seu lado, mas, tenho medo, todos os dias, de que diga que não me quer mais nesse lugar. Quem é você? Você é o "você"?
Enquanto isso, ratos corroem meu estômago e sinto calafrios, sintomas do dilaceramento de uma alma aprisionada.
A água que inunda toda a cidade, sempre inunda, portanto, sempre procuro um porto seguro e uma certeza, só quero uma palavra desprovida de dúvidas, é o suficiente para não me afogar. Depois que a água que inunda a cidade se torna seca, sempre se cria um novo mito, porque a razão, sem fantasias, não suporta o mundo... mas é sempre a razão quem tem razão...
"Posso ouvir a canção que vem do brilho dos seus olhos, e o brilho dos seus olhos queima minha vista, dilacera ou restaura um coração".
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