O Homem de Asas de Metal retirou-se em seu silêncio, calou seus pensamentos e permitiu que apenas seu coração falasse. Após ter pertencido em esculta a tudo o que seu coração lhe dissera durante 33 dias e 7 horas, rompeu a imobilidade de suas pálpebras e, ao contemplar o céu que o cercava de tempestades de raios e nuvens escuras, esticou lentamente suas pernas endurecidas pela disciplinar postura de estado meditativo que herdara de sábios milenares com os quais sua alma reteve profundos conhecimentos de outras eras. Levantou suas vistas, respirou profundamente sentindo toda a energia da terra percorrer seu corpo e, com o ar de sabedoria, proferiu aos ventos, raios e nuvens algumas palavras escavadas de sua alma e ditas pelo seu coração: "É preciso destruir a si mesmo para que possamos exercer sobre nós o ato próprio de criação de nós mesmos". Dito estas palavras o céu chorou para alimentar toda a terra que o sustentava e partiu em busca daquele que domina tal processo alquímico: Zaratustra.
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