Os homens desde antes de seu nascimento são destinados a grandes sacrifícios, porém assumir essa destinação é um ato de coragem e de abraço ao suicídio pontual e cotidiano. Deus, por que trabalhar todos esses anos para salvar a humanidade se, ao final, fui o único quem ficou de fora de minha própria arca?
Esses foram os últimos pensamentos de Noé que, ao preencher todos os lugares de sua arca com a humanidade, não reservou o lugar de salvador e de guia para si e nem mesmo o lugar de sobrevivente. Observou, com lágrimas nos olhos, as mesmas lágrimas com inundavam o mundo, o dilúvio nada mais foi que a tristeza de Noé inundando sua alma. Salvou a humanidade mas não pôde salvar a si mesmo. E agora Noé naufraga em sua dor e solidão.
Porém, o dilúvio não é eterno, as águas baixam, a dor se purifica e evapora com os raios do sol, assim Noé se transformou em um imenso arco-íris, pois compreendeu o quão grandiosas havia sido sua obra e todos, ao contemplarem o arco-íris, puderam, até o fim de seus dias, lembrar do homem que salvou a humanidade.
Ass: O contador de histórias.
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