O cristianismo acusa seus oprimidos e condenados a profanarem seus símbolos e templos. Mas, de certa forma, os condenados apenas tomaram as armas sob as quais sofreram durante milênios e a subverteram. Quando a serpente ingere o próprio veneno, este desse amargo dilacerando as entranhas, e acusam de criminoso o feiticeiro que reverteu o feitiço. A serpente, sob as vestes de sua máscara e toga inquisidora, pragueja em seu próprio aparelho de tortura. Ou, mais propriamente, a dor do pastor do rebanho não seria por ver as próprias palavras, carregados de bem e mal, retornando ao seu estado ativo de afirmação do saudável e do nocivo individual?
Ora, todos os templos, todos os símbolos, todos os amores e justiças já foram profanados há milênios: deus da chuva o diabo, Exu o diabo, Zeus, diabo, tudo proveniente de quando pintaram o deus pagão de vermelho. Não há motivo para choros, noviça, mas sim de autorreflexão, ninguém está a salvo da lei do retorno, é apenas a reação da ação cometida. Duas opções para a salvação da Igreja: ou reconheçam seus pecados e se purifiquem, ou que sejam submetidos ao Estado, para que sua máquina de preconceitos venenosos não se prolifere mais.
Ass. Inquisidor transfigurado