Mas voava, voava com perfeição na terra e se fosse para o mar com certeza afundaria, não seria capaz, de forma alguma, de andar sobre as águas. Sempre corri em sua direção, curioso, mas não via face, também nunca cheguei tão perto o suficiente para olhar e trocar algumas palavras.
Agora, porém, estou decidido, quero saber o significado desse signo, ou então jamais permitir-me-ei dormir novamente acordando para dentro. Lá estava ele, caminhando sobre cacos de vidro, devagar, e de seu sangue brotava palavras em forma de poesia, dos cacos de vidro, areia de deserto com desenhos, alguns eram contornados por cimento, outros o vento apagava. Corri o mais rápido que pude, atirei-me no ar e o agarrei pelas costas virando-o lentamente e, ao olhar sua face, vi um espelho que se transformava em televisão que passava um filme, um filme familiar e conhecido. Então, curioso e com a espinha rasgando em minhas costas de arrepios, perguntei seu nome. Após um segundo de silêncio que significou todo o universo em sua cosmo existência ele respondeu: "Me chamo "Vida"".
Quem tem ouvidos, que ausculte e recolha.