domingo, 9 de maio de 2010

- Estilo Próprio -

Riem dos outros os pobres coitados que não conseguem encontrar a graça em suas próprias vidas.
Morte a tudo o que tenta ridicuralizar o estilo próprio!!!

Pensou assim o Homem de Asas de Metal enquanto compartilhava a loucura do mundo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

- O olhar da Deusa -


Jolie descia as escadas seguindo o Cavaleiro Negro, imaginava ela o que as pessoas que estavam festejando pensariam dela, embora se sentisse um pouco insegura e ainda recuperando-se de seus ferimentos, decidiu ter coragem e arriscar.
(CN) – De onde você veio? Perguntou-lhe o Cavaleiro.
Ela não ouviu o que ele havia perguntado, pois ainda se perguntava o porquê de não conseguir ouvir a canção que vinha dos olhos daquele homem, e sentiu-se curiosa e ao mesmo tempo desconfiada.
(CN) – Ei!!!!! Moça.... costuma sempre visitar mundos distantes enquanto se distrai? Perguntou ele com um sorriso meio bobo.
(J) – Que isso.... só tentava me lembrar de alguma coisa, mas nada alem do que já lhe disse antes.
(CN) – Tudo bem, mas saiba de uma coisa!!!
(J) – O que?
(CN) – Estou ansioso em saber qual foi a mais honrada divindade que nos presenteou com sua presença.
Jolie ficou envergonhada pela investida do rapaz, seu rosto ficou um pouco avermelhado, mas preferiu não dizer mais nada. Ao descerem da torre, depararam – se com a festa, havia muitas mulheres com longos vestidos dançando ao redor da fogueira.
(J) – Que tipo de festa é essa? Por que somente aquelas mulheres dançam ao redor da fogueira?
(CN) – Elas são sacerdotisas de GAIA, a grande mãe que gerou toda a vida nesse mundo. Dias atrás a suma sacerdotisa teve um presságio muito estranho e disse coisas muito confusas que nem ela mesma entendeu.
Jolie, ao ouvir essas palavras, olhou em direção àquelas mulheres e pôde perceber que a suma sacerdotisa havia notado sua presença. Embora aparentasse ter pouco mais de cinqüenta anos, a suma sacerdotisa ainda apresentava traços joviais e era tão bela quanto às outras moças que dançavam ali. Resolveu então perguntar-lhe sobre o que dizia o presságio.
(J) – Você poderia contar – me quais foram as palavras que ela pronunciou em seu presságio?
(CN) – Não me lembro muito bem, mais era mais ou menos assim:
“aquele que caminha no céu banhará com seu sangue as areias do deserto, o deserto é o ventre daquela que é mãe de si mesma, eu, gerada em meu próprio ventre, alimentada por minhas próprias sementes, meu corpo brotará de meu próprio corpo, e então devorarei aqueles que de mim se nutrem.”
Jolie ficou muito confusa, tais palavras pareciam um enigma, mas não pôde deixar de sentir o coração apertar-lhe a garganta, tinha o desejo de falar algo, mas não sabia o que dizer diante disso, parecia o prelúdio de uma tragédia. A sacerdotisa também assim compreendia, portanto, cantava com vóz de lágrima e desespero diante do fogo que a tudo consome.
Passado algum tempo, a festa chegou ao fim. Jolie subiu para o quarto no alto da torre e deitou-se, achou estranho que, num período da festa, no momento em que uma moça veio oferecer-lhe algo para comer e consequentemente havia iniciado uma conversa, pôde notar que o Cavaleiro Negro desapareceu misteriosamente do seu lado. Achou estranho, pois tal homem, simpático e prestativo, parecia não mais sair do seu lado. Mas mesmo assim, deitou-se em sua cama e dormiu.
“caminho repleto de árvores, estrada cuja qual não consigo ver seu fim, velocidade muito veloz sobre duas rodas de um objeto de metal. Jolie, flutuando na imensidão do céu, olhou para baixo e se viu sobre tal objeto, pôde perceber que segurava com força em um homem que guiava tão distinta criatura.”
Seu corpo e seu semblante manifestavam os efeitos da adrenalina que parecia experimentar verdadeiramente, quando, num instante, alguém bate na porta. Acorda assustada, mas se levanta e caminha até a porta: “- Quem está aí?” Pergunta ela temendo que fosse alguém que pudesse lhe fazer mal.
(SS) - Sou eu, a suma sacerdotisa e necessito falar contigo, você me acompanharia em uma caminhada?
(J) – Há essa hora? Está muito tarde e também muito frio.
(SS) – É importante, muito importante.
Ouvindo aos apelos daquela mulher, Jolie não pôde negar sua companhia a ela e cedeu, pôs rapidamente um vestido azul que o rapaz de alma silenciosa havia lhe deixado para que pudesse usar. A porta foi aberta e ambas desceram escada abaixo. Jolie estava inquieta, enganava-se ao pensar que não saberia do que se tratava o assunto ao qual ela desejava compartilhar, no fundo de sua alma, sabia que o presságio não trazia uma boa mensagem e, não sabia o porquê, mas, sabia ser sobre isso que ela queria conversar.
(SS) – Ohhh!!! Desculpe – me, não me apresentei, meu nome é Paula Welten, sou a suma sacerdotisa dessa cidade, sou a voz da deusa GAIA, é por mim que ela fala, é por mim que ela pronuncia suas verdades e desejos. E é por isso que lhe chamei.
(J) – Não entendo!!! O que você deseja de mim?
(PW) – Há uns dias atrás, por minha boca a deusa proferiu um presságio que não compreendemos, mas que me fez arrepiar-me. A Deusa quando vinha sempre me fazia sentir um calor muito forte, mas não em um sentido de excesso de fogo, mas sim.... excesso de vida, mas, no momento do presságio, senti frio.... muito frio, podia sentir um coração despedaçar-se e meus olhos encheram-se de lágrimas, era como se o mundo inteiro fosse privado de ter a luz do sol, uma escuridão plena, plena ausência vital, sem sopro, sem calor, sem correntezas de água correndo, mas somente poças de lágrimas. E sobre o presságio....
(J) – O presságio já me foi dito por aquele que se denominou Cavaleiro Negro, quando ouvi as palavras dele configurarem – se em frases, senti medo, muito medo, senti que uma tragédia estava por acontecer, mas não posso saber.
Caminhavam uma em companhia da outra como irmãs que a muito não se viam, Paula Welten a conduziu a um lago que ficava em meio a um círculo de árvores, e a lua, nesse momento, traçava no céu perfeita circularidade, e seu brilho lunar clareava totalmente o local, pousando soberana sua imagem nas águas.
(PW) – Nesse lugar, quando a lua se apresenta nessa forma, dizemos que a grande mãe tornou-se mais próxima e nos observa de mais perto, estes são os olhos da deusa comungando com ambos os mundos. A lua lá em cima, é o olho com a qual observa tudo o que é sagrado e misterioso, é a parte espiritual da grande mãe. A lua, refletida nas águas do lago, é o outro olho da deusa, participa de tudo o que é humano e natural, é o aspecto material da mãe, é onde todas as coisas, que espelham faces de sua grandeza, tomam formas das mais variadas. Digamos então que estamos agora diante do Olhar da Deusa, e seus olhos brilham para nós nesse momento.
(J) – Mas por que você está me dizendo todas essas coisas aqui, e por que me trouxe a esse lugar tão bonito?
(PW) – Porque você é a filha da luz, porque já te conhecia de outros lugares, já fomos irmãs, amigas, mãe e filha, e não pude deixar de lhe reconhecer quando a vi, e sei que você, com toda a sua sensibilidade, é capaz de ouvir a canção que vem do brilho de qualquer olhar, e por isso lhe peço, escute a canção que vem do brilho dos olhos da Deusa, para que assim possamos saber o que está acontecendo.

domingo, 2 de maio de 2010

- Sobre a História -


A história é constituída por dois elemento humanos: um se resume em pessoas que observam os fatos e exercem comentários a respeito das histórias, mantendo-se distante delas, formulando tudo em opiniões. O outro elemento humano configurador da história é composto por homens e mulheres que fazem suas vidas tornarem-se história, não há discursos sobre opiniões, mas apenas, não no sentido de diminuir, mas sim como algo extremamente necessário, integram-se na veracidade dos fatos aos quais experimentam, tornando assim realidade a sua vida, e com o suceder dos momentos, história.

O primeiro tipo não constrói sua própria história, pois o interesse em descrever e comentar as grandiosidades que os outros fazem e marcam toda a história as comovem. Mas comentários e comentadores não captam a essência dos acontecimentos, a sensibilidade com a qual aconteceram, mas mantêm tudo no discurso racional das teorias.

Assim a história é escrita, as vezes nos corações de outras histórias, as vezes..... em corações de espelho histórico.
Pensou assim o Homem de Asas de Metal enquanto alimentava seu espírito.