domingo, 18 de outubro de 2009

- O fantasma que te acompanha -


A descendência daqueles que são servos é educada a manipular peças de metal e a respeitarem a norma da disciplina.
A descendência dos burgueses é educada a manipular peças humanas, e quando essas peças não mais servem para produzir, atiram – nas ao fogo. Mas sua morte não significa um simples assassinato, mas sim um sacro sacrifício, pois há uma legitimidade. Com o carvão oriundo das cinzas de seus corpos consumidos, a alta burguesia risca na pele dos corpos de seus servos normas disciplinares, assim o corpo é marcado, assim o corpo é flagelado.
Sacrifício! Dor! Algumas lembranças são marcadas na pele, assim se faz com o gado, todos sabem a quem pertencem, os proletários com seus uniformes exibem com um falso orgulho a quem pertencem, a quem devem lamber os sapatos, a submissão pela sub – alimentação, sub – vivência, submundo, corpo imundo, orgulho ferido.
Pelo trabalho não me purifico, me adoeço!
Pelo trabalho não sou pássaro para voar, mas um homem que carrega pedras em seus ombros!
Pelo trabalho nada faço, mas este é um meio pelo qual sobrevivo limitando o meu viver.

domingo, 4 de outubro de 2009

- O Horizonte -


Ao olhar pela janela, me defronto com uma falsa finitude
O horizonte não possui fim, seu infinito consiste em um não – toque na serenidade da inquietude.
Serenidade nos olhos de quem olha pela janela.
Serenidade daquele que olha em seus próprios olhos no espelho e conta as estrelas que brilham no reflexo de seu olhar.
Espelho, senhor do reflexo e da imitação,
Tudo mostra a aqueles que a si mesmo contemplam,
Exceto aquilo que está escrito em seu coração.

Mas, o que você escreveu em seu coração?
O que guarda de mais profundo?
Aqueles que apenas remetem uma reprodução,
Jamais compreenderão a alma que habita no íntimo do coração.

Passos pela janela com os olhos,
Caminho no horizonte,
Mas no fundo uma vontade de voar,
Mas no fundo uma vontade de conhecer aquilo que é profundo

Terás tu coragem de se atirar na escuridão?
E se os monstros lhe devorarem?
E o horizonte infinito que se contempla pela janela?
Monstros, horizontes, tudo se enquadra como ilusão.
Porém a única certeza: grande o homem que escuta e compreende o coração.